quinta-feira, 22 de junho de 2017

Falando de Pauper



Olá meus amiguinhos aficcionados por magic, eu sou Cristiano Melo, vulgo "Pretiano" , e venho aqui aceitando a missão de falar de um formato, que de longe é um dos meus favoritos, o pauper!
conhecendo o pauper.

Para quem não  conhece, é o formato mais barato dentre todos os outros, composto apenas por cartas comuns de qualquer edição já impressa no Magic The Gathering, isso mesmo! qualquer edição, não rotacionando, como vemos no formato padrão (standard), onde com 300,00 reais você consegue montar um dos decks mais competitivos do formato, ou aproximadamente 40 tickets  se preferir Magic Online (MOL) mas objetivo aqui não é montar top decks competitivos, a não ser que você goste muito de competitividade, vou explicar o por que. O pauper é um formato muito divertido, com diversas temáticas e estereótipos de decks como por exemplo Mono U Delver  Control, Infect, Burn, Mono Black Control, Elfos, Goblins, Reanimate...etc, porém, um dos pontos mais importantes a serem considerados é a base de mana, não importa se o seu deck é tier 1...2..3...1000..se ele é mono color, duas cores ou cinco cores....o fato é que ele tem grandes possibilidades de "zicar" de mana ou de "floodar" (vir terrenos de menos ou de mais) ....isso mesmo, não existe uma mecânica funcional que corrija isso efetivamente no pauper, como as que existem nos outros formatos, o que o torna um formato mais equilibrado independente de qual deck você escolha jogar, por tanto,quando for montar seu deck, escolha o que você mais gostar e achar mais divertido!!
Como todo formato, o Pauper conta com uma lista de banidas pela Wizards Of The Coast, que são:

Cloud of Faeries

Cloudpost

Cranial Plating

Empty the Warrens

Frantic Search

Grapeshot

Invigorate

Peregrine Drake

Temporal Fissure

Treasure Cruise

Por tanto amiguinhos, essas cartas não podem ser usadas em campeonatos.

Uma observação, cuidado ao buscar listas na internet na hora de montar o seu deck "paper", há cartas que foram lançadas comuns no M.O.L. e no Magic Convencional ("paper") não são comuns, como por exemplo a carta" Death Spark" carta usada em algumas listas de Mono Red Goblins, no Magic Online ela é comum em 'MTGO Masters Edition II", já no Magic "paper" apenas contamos com copias incomuns, por tanto, não são validas fora do M.O.L., salvo quando o organizador do evento opta por usar a lista pauper do Magic Online, o que acho bem interessante por parte de alguns organizadores, mas mesmo assim vamos nos atentar amiguinhos, tomar game loss por carta inválida no deck não é muito divertido.

Se você é iniciante no Magic the Gathering, ou procura um formato mais barato que não rotacione sempre, tendo que sempre estar a atualizando o seu deck, venha para o mundo do pauper, aqui você vai encontrar muita diversão, diversidade de decks, ambiente equilibrado, top decks com valor acessivel e sem rotatividade.

Aqui me despeço amiguinhos, espero que ter ajudado vocês que queiram iniciar no mundo do pauper, um abraço do Pretiano , equipe L.A. 2017 "tamo junto!!"
até a proxima!!!....

quinta-feira, 1 de junho de 2017

A importância do jogo mental


Saudações, jogadores! Marco Aurélio de novo e dessa vez venho falar de um assunto que muitas vezes não recebe a devida atenção dos jogadores de MTG nas competições: os fatores emocionais que envolvem o jogo. Cabe enfatizar que darei destaque às questões que circundam o ambiente competitivo do MTG para ilustrar algumas situações que comumente acontecem quando temos que lidar com grande pressão e tensão nos torneios. O objetivo aqui não é passar um manual de instruções de como se comportar durante um campeonato (isso realmente não funciona), mas trazer o tema à tona para que todos nós possamos refletir acerca das atitudes contraproducentes que atrapalham nosso desenvolvimento e evolução no Magic. Acredito que esse artigo possa auxiliar tanto as pessoas que têm grandes aspirações no Magic, como se classificar para um Pro Tour,por exemplo,
quanto àquelas que têm objetivos menos pretensiosos, como conseguir evoluir como jogador e grindar na loja local. O texto foi inspirado em uma série de artigos postados por Will Jonathan, um psicólogo do esporte que escreve esporadicamente para a channelfireball. Esse é um artigo opinativo – não tenho a intenção de postar verdades absolutas sobre o tema, tampouco sou especialista no assunto. Sou psicólogo e curioso sobre essas questões a minha intenção é traduzir as dicas do Will Jonathan à fim de trazer as informações para a nossa realidade brasileira.

Quando você decide jogar Magic competitivamente, você faz uma escolha. Você pode não estar completamente consciente dessa escolha, mas ainda assim, você faz. A escolha é simples: você decide passar pela experiência de ganhar ou perder – é parte do protocolo. Mas não se engane: você não vai passar apenas por uma vertente dessa experiência. Na verdade, vai acontecer de você passar por períodos de ganhos e perdas, e isso acontece com todo mundo. Dito isso, é importante você saber lidar com as vitórias e derrotas no Magic. Especialmente com o sentimento de derrota.

            A experiência de perder pode vir de diversas maneiras. Por exemplo, você pode perder no meio da competição ou mesmo perder duas partidas consecutivas no início de um torneio, abrindo um decepcionante 0-2. Pode haver situações de você, em um torneio de 8 rodadas, começar ganhando 5 vezes consecutivas, perder as outras 3 e ficar de fora dele. Enfim, o espectro de derrota no Magic pode acometer o sujeito em diferentes ângulos. Conseguir superar esse sentimento e seguir adiante é o que diferencia um jogador mentalmente forte de um jogador que deixa a frustração soterrar completamente a possibilidade de aprender com os erros cometidos e evoluir como player.

Acima de tudo, quando você passar pela experiência de derrota, não se transforme em vítima. Quando as coisas tendem a dar errado em um torneio, é natural que o seu foco fique tão arraigado em quão ruins são as coisas no momento presente, que você perde todas as perspectivas de vitória e imediatamente comece a sentir pena de você mesmo e de sua situação atual. A melhor maneira de combater isso é o exercício de autorreflexão e de controle dos pensamentos negativos que afloram nesse momento. Muitas vezes encontramo-nos em uma “maré de azar” como costumamos dizer, que é quando existe uma série de eventos onde você não é bem-sucedido. Esse tipo de perda prolongada acontece com todos os jogadores, sem exceção. Até mesmo o mito Luis Scott-Vargas, 
jogador que ostenta a marca de 3 top 8 consecutivos em Pro Tours (feito que nenhum outro jogador tinha conquistado) também teve seus períodos de perdas prolongadas no passado, chegando a ficar por 4 anos sem nenhum resultado significativo. Claro que o exemplo é muito distante da nossa realidade enquanto jogadores que “tentam ser profissionais” jogando os PPTQs e eventualmente RPTQs da região, mas ainda assim é válido para percebermos que até mesmo um dos melhores entre os melhores também já passou por períodos de escassez de resultados. Ou seja, você não está sozinho. Essa sensação de compreensão de que você não está sozinho quando se trata de perder, poderá ajudá-lo a manter suas más emoções em cheque, direcionando sua mentalidade na perspectiva certa.

Dessa maneira, é importante que você mantenha o foco nas soluções, não nos problemas. Uma vez que você se permite entrar nas emoções negativas de perder, seu foco se fixa puramente em todos os problemas que você está tendo nesse momento presente. "Estou jogando tão mal agora" ou "Eu continuo sem nenhuma sorte" ou "Eu só escolho decks errados para cada torneio", são os pensamentos incessantes que tendem a fazer você não enxergar o outro lado: a solução. Lembre-se sempre que para cada problema, existe uma solução, e a solução é muito mais importante do que o problema em si. Se você está jogando mal, não se concentre no fato de que está jogando mal. Concentre-se na solução para não se jogar tão mal e para começar a jogar como você é capaz de jogar. Se você continua tendo azar em seus jogos, concentre-se na solução para esse fator, que é aumentar a chance de você não precisar tanto dela, como é o caso de builds mais consistentes. Se você continua escolhendo o deck incorreto para os torneios, se concentre no fato de você está interpretando o metagame de maneira errada, e pode fazê-lo de uma forma mais eficaz da próxima vez. Concentrar-se apenas em problemas, geralmente tende a criar ainda mais problemas. Concentrar-se em soluções faz com que você crie alternativas para chegar nessas soluções.

Outro ponto relevante à análise é o fato de que você não é determinado pelos acontecimentos do passado. O que aconteceu nas primeiras rodadas de um torneio ou nos primeiros torneios de uma temporada são irrelevantes. Aquele tempo se foi, e não há nada que você possa fazer sobre isso, exceto aprender com seus erros e tentar diferente da próxima vez. Não importa o quão bem-sucedido você tenha sido no passado, nem quão mal você foi no último torneio, cada rodada é uma nova rodada. Deixe o passado aonde ele pertence – seu passado não determina seu futuro. Além disso, o inverso também procede; acredite: nem o passado do oponente realmente importa. Quem nunca se sentiu intimidado ao estar enfrentando o “grinder da região” ou algum player que você acha que é muito melhor que você? É uma reação natural, mas se basear nisso faz com que você internalize que vai perder, não importa o que aconteça. 
Eu já vi muitos casos de ótimos jogadores que chegam no torneio com uma moral tão arrasada, que acredita que não será capaz de vencer nenhuma partida, já que nos últimos campeonatos tem se saído mal. A derrota, nesses casos, acontece antes mesmo de se iniciar a partida.

No final, eu acredito que o seu posicionamento e a sua saúde mental entre e durante os jogos, é o que faz a diferença na hora do sucesso. Isso não quer dizer que a mente possa substituir talento ou habilidade. Você pode ter a mente mais saudável e resistente do mundo, mas se você não tem ideia de como jogar o jogo corretamente, você não vai fazer resultados de forma consistente. Mas o contrário também é verdade. Nenhuma quantidade de talento e habilidade podem substituir a força e resistência mental. Você pode ser o melhor jogador do mundo em nível técnico, mas se você tiver uma mente fraca, essa habilidade técnica não conta para nada. Por quê? Porque é a mente que é responsável por executar essa habilidade técnica e fazê-la funcionar.

Talvez tudo isso tenha algum sentido para você. Talvez você seja um jogador que não consegue superar esse impasse – e digo por experiência própria que é um processo árduo e que não existem atalhos; ainda me vejo extremamente decepcionado por resultados negativos, mas quem me conhece sabe que eu já fui muito pior nesse sentido. Talvez você seja um grande jogador que tenha tido sucesso no passado, e que agora está lutando para voltar ao nível no qual você já competiu. Ou talvez você seja um jogador apenas começando a jogar competitivamente e que está interessado em aprender. Não importa onde você reside nessa escala, o desenvolvimento da força mental é sempre uma necessidade.

Nesse sentido, uma dica valiosa é conseguir controlar seus próprios pensamentos. Quando um jogador comete um grande erro durante um jogo e imediatamente fica chateado, essa é uma reação inconsciente. Isso quer dizer que ele não formulou pensamentos deliberados sobre o que acabou de acontecer, a reação de que ele fez uma “burrada muito grande” acontece diretamente, sem que ele perceba o porquê de ter essas sensações. A menos que você tenha controle consciente sobre seus pensamentos, você nunca terá força mental real, pois sempre estará à mercê de como sua mente decide usar essas coisas automaticamente, o que na maioria das vezes não é bom.  Mas isso é passível de mudança, então quando cometer um erro durante um jogo, ou quando o oponente consegue top deckar exatamente o que ele precisa, é importante que você controle imediatamente seus pensamentos. O que você pensa nesses momentos, e o que você diz a si mesmo, acabará por determinar quais as decisões que você faz, as ações que você toma e as emoções que você sente no futuro.

 Vimos recentemente um exemplo real de uma situação desse tipo. O campeão do Pro Tour Amonkhet, Gerry Thompson, fez um missplay na semifinal contra o japonês Ken Yukuhiro, na câmera, diante de milhares de espectadores. Gerry resolve um Grasp of Darkness em uma Winding Constrictor com dois marcadores +1 +1, ou seja, uma criatura 4/5. Ao perceber o erro que culminou em sua derrota, Gerry possui a força mental necessária para simplesmente esquecer o que acabou de acontecer e seguir em frente. O resultado foi que Gerry virou esse match por 3 a1 e ainda se sagrou campeão do Pro Tour. É claro que estamos falando de um jogador com uma bagagem grande de eventos competitivos e que deve ter passado por um longo processo até lidar com os erros de uma forma natural, porém, tomadas as devidas proporções, semanalmente podemos observar situações semelhantes nos campeonatos que disputamos. Pessoas que ficam tiltadas porque fizeram a jogada errada e que não consegue retomar a um estado mental saudável para prosseguir no torneio, paralisando em pensamentos negativos. É por isso que o controle de pensamentos nocivos é tão importante na hora da competição – é a diferença entre vencer ou perder. Mais do que isso: é a diferença entre ficar estagnado por não conseguir lidar com um erro que qualquer player está sujeito a cometer, e evoluir até o ponto de que isso é superado com facilidade.

Para muitos jogadores, os resultados são como um reflexo direto de si mesmos e de sua habilidade como jogador. Se eles estão ganhando, significa que eles são ótimos jogadores e que são realmente bons no jogo. Se eles estão perdendo, significa que eles estão se tornando jogadores ruins que não têm o que é preciso. Esta é uma maneira efêmera e destrutiva de abordar os resultados. A verdadeira força mental é poder manter uma mente de nível elevado, independentemente de você estar ganhando ou perdendo. Você nunca quer permitir que seus resultados determinem como você se vê como jogador – sua autoimagem como jogador deve vir internamente. Caso contrário, sua confiança e autoestima serão baseadas em um número, algo externo e sujeito a alterações. Os resultados sempre devem significar nada mais do que uma fonte de aprendizagem. Você está ganhando? Não importa. O que importa é descobrir o porquê de você estar ganhando para que você possa continuar repetindo esse processo sempre. Você está perdendo? E daí? O que importa é descobrir o porquê de você estar perdendo para que você possa encontrar as soluções e aprender com isso no futuro.


Treinar a mente é exatamente como treinar o corpo. A força mental não é diferente da força física. Você vai reagir mal a uma perda e ter vontade de bater em si mesmo quando fizer uma jogada ruim. Isso é natural, afinal, você está tentando apagar anos de maus hábitos mentais. Isso não acontece da noite para o dia. Quanto mais consistentemente você trabalha em seu jogo mental, mais forte sua mente se tornará em um ritmo mais rápido. Treinar a mente é um compromisso e, como qualquer compromisso, leva trabalho, repetição e a vontade de ver ínfimos resultados através de pequenas falhas e percalços ao longo do caminho.

Seu jogo mental faz a diferença e pode te levar ao próximo nível como jogador. Espero que algumas dessas informações tenham sido úteis para aprimorar sua experiência nas competições de MTG e fazer você lidar melhor com suas emoções durante esse processo.
Até a próxima! o/


Referências