Magic para mim é diversão, isso antes de tudo. Portanto, não
considero que haja formatos casuais ou não, é tudo um hobby, um passatempo. Há
competitividade, há seriedade, há profissionalismo, mas nada disso é para mim.
Encaro muito bem vitórias e derrotas, gosto mais das primeiras, obviamente.
Entendo que a maioria não veja as coisas dessa forma e já
ouvi muitas versões de “se há em disputa uma bala eu entro para vencer”, nos
formatos casuais o que há em disputa é algo extremamente subjetivo, é a honra
do duelista, aquelas horas de dedicação mirabolante frente ao infinito de
possibilidades, juntando a quantidade certa de cartas para o desafio final, O
MESÃO.
Chegamos ao Commander, o formato mais divertido da história.
Com R$ 100,00 monta-se um deck de Commander muito divertido (montei uma lista
com esse preço e vou deixar o deck na Arena para quem quiser testar), porém com
mais de R$ 1.000,00 também, algumas vezes muito mais.
Então, divertindo-se não há com que se preocupar, certo?
Não, errado. Afinal, gostar mais de vencer faz com que
vencer seja divertido, para mim não é parte essencial, mas ainda sim me divirto
mais quando venço ou conseguiria sair locupletado de uma partida solitária de
Magic, e não, não consigo.
E surgem as regras, cada canto que vou para jogar tem algo
de diferente, mas em todos eu jogo Magic e consigo me entender com as pessoas
daquele lugar pelo conjunto da obra, existem locais mais exigentes (e
campeonatos também) em que o shield ser transparente acarreta em punição se houver
como identificar uma carta, enquanto em outras situações isso é irrelevante.
Algo que ocorreu comigo e que motiva o presente texto
fortemente, foi em uma disputa de mesão com a utilização de Iona, Escudo de
Eméria, no dia seguinte a carta estava banida. Sem saber, fui jogar noutra
semana e acabei informado disso durante o jogo. Claro que existe a etiqueta do
jogo, em que não se considera correto usar determinada carta, mas convenhamos
que é fácil citar umas outras 10 que merecem o mesmo destino, porém essa não é
a realidade.
Usar um benefício das cartas ou um combo muito forte é algo
que faz parte da cultura do jogo, é um jogo de estratégia e a busca por isso é
o foco, impedir essas conquistas é também parte do objetivo, mas o impedimento
durante uma partida é a forma e não pelas regras, ainda menos pelas regras da
casa.
Note-se que os banimentos oficiais tangenciam-se por
problemas diferentes da opinião de um grupo de jogadores, elas se dão em razão
de abuso constante ou de algo tão extremo que haja total dominância de um
formato de jogo por determinada carta (Stoneforge Mystic, por exemplo).
Não há abuso constante quando temos 1 em 100 cartas e a
mesma custa 8 manas para ser jogada, podendo ser alvo de ao menos 80% das
remoções existentes. Também não há dominância de uma carta que poderia aparecer
em no máximo 33% dos decks do formato.
Temos apoio oficial da Wizards para Commander com a lista de
cartas banidas, defendo que usemos essa lista, sem exceções ou novidades, lá se
pensa sobre o tema em larga escala e não pelo florescimento de uma derrota.
Afinal, alguém pensa em banir Pack Rats do limitado na Arena? Ou Anjo da
Serenidade no construído? Visto desta forma não faz sentido algum, faz?
Gostaria de uma liga que pense em mais aspectos do que os
atuais, e vou ser totalmente egoísta citando o que me ressente sobre meu deck
da Sisay. Afinal, “do topo” é interessante, mas e os decks com N draws? Legal,
buscar efetivamente algo é ruim, mas comprar 16 cartas e não ter limite de mão
é justo. Aproveitar o cemitério é algo que não conta pontos, mas buscar uma
carta no grimório é punido.
Iona para uma cor, num ambiente em que a exceção é deck
monocolor, isso foi motivo de banimento, mas Jin-Gitaxias e ninguém ter mais
cartas na mão no final do turno e só ter a chance de fazer uma magia no seu
turno é diversão garantida?
Na minha opinião, existem planos de jogo que são o grimório,
a mão, o cemitério, a zona de comando e o exílio, todos são importantes para o
jogo e a manipulação, uso e controle desses planos deveria ser considerado na
pontuação, da forma que está apenas grimório e zona de comando são
considerados.
Talvez perda de pontos por mais de 2 draws extras por turno,
por usar uma carta no cemitério ou dar pontos a quem não faz uso dessas
estratégias, não controlar permanentes ou turnos de adversários, não jogar
turnos extras, em suma, premiar o “fair play”.
Portanto, mais do que reclamar gostaria de trazer aqui uma
proposta de pontuação:
Acrescentar os seguintes tópicos em Pontuações:
+1 ponto (Simples): Passado
é passado – Não utilizar nenhuma carta do cemitério ou efeito ligado ao
mesmo, seja por Goyfs, Recapitular, devolver do cemitério para o jogo,
embaralhar cemitério no grimório, inclusive remoção de outros cemitérios.
+1 ponto (Simples): Um
é o suficiente – Não comprar nenhuma carta extra, seja no seu ou em outro
turno, isso inclui efeitos de busca no grimório, mesmo que para terrenos
básicos.
+3 pontos (Múltiplo):
Jogador Justo – Não jogar nenhuma das seguintes mágicas: (Criar a lista com
tudo que não for considerado FAIR, mas que não está banido pela Wizards);
Remoção das seguintes Penalidades:
-1 Ponto (Múltipla):
De novo? – Jogar a mesma mágica pela terceira vez ou mais na mesma partida,
o seu General não conta.
-1 Ponto (Múltipla):
Sem Apelação – Conjurar antes do seu 3º turno uma das seguintes cartas:
Mana Crypt, Serra Ascendant ou Sol Ring.
Acrescentar a seguinte Penalidade:
-2 Pontos (Múltipla):
Combobo - Eliminar um jogador com
efeitos somados de 3 ou menos cartas.
Modificar Um a Menos de
Simples como Múltipla.
No mai segue o link para um deck de Commander usando o Cromat
Esse deck é claramente um Ramp de 5 cores, baseado em
bichões e diversão com eles na mesa, 39 terrenos, sendo 23 básicos é algo
necessário para ter certeza de ter os 3 iniciais, o problema maior esteve em
não gastar mais de R$ 100,00 e criar uma base de mana para todas as cores.
Há uma boa chance de ganhar com o Cromat, afinal ele recebe
bônus além de eliminar bloqueadores, basta atropelar (o que não é tão simples
nesse deck).
Também há muita chance de usar Counterlash como um truque
para acelerar os bichões.
Como o acesso a magias muito boas fica restrito pelo custo
das mesmas, tentei aproveitar a mecânica de buyback e ter a chance de ficar
repetindo remoções pontuais.
A parte do deck que me deixou insatisfeito foi perceber que
não há grande possibilidade de montar um Commander mais barato que isso, exceto
se não nos importarmos que ele seja totalmente ruim, formado quase
exclusivamente de Serpentes Terrestres de Craw.
É o que temos para hoje, abraços!
Danilo "Conepa" é jogador de Magic e RPG desde
1997, marido, pai, formado em Direito e escrevente em um cartório
extrajudicial, nessa ordem de fatos.
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