sábado, 24 de novembro de 2012

O Commander, a diversão e as regras.

Magic para mim é diversão, isso antes de tudo. Portanto, não considero que haja formatos casuais ou não, é tudo um hobby, um passatempo. Há competitividade, há seriedade, há profissionalismo, mas nada disso é para mim. Encaro muito bem vitórias e derrotas, gosto mais das primeiras, obviamente.

Entendo que a maioria não veja as coisas dessa forma e já ouvi muitas versões de “se há em disputa uma bala eu entro para vencer”, nos formatos casuais o que há em disputa é algo extremamente subjetivo, é a honra do duelista, aquelas horas de dedicação mirabolante frente ao infinito de possibilidades, juntando a quantidade certa de cartas para o desafio final, O MESÃO.


Chegamos ao Commander, o formato mais divertido da história. Com R$ 100,00 monta-se um deck de Commander muito divertido (montei uma lista com esse preço e vou deixar o deck na Arena para quem quiser testar), porém com mais de R$ 1.000,00 também, algumas vezes muito mais.

Então, divertindo-se não há com que se preocupar, certo?
Não, errado. Afinal, gostar mais de vencer faz com que vencer seja divertido, para mim não é parte essencial, mas ainda sim me divirto mais quando venço ou conseguiria sair locupletado de uma partida solitária de Magic, e não, não consigo.

E surgem as regras, cada canto que vou para jogar tem algo de diferente, mas em todos eu jogo Magic e consigo me entender com as pessoas daquele lugar pelo conjunto da obra, existem locais mais exigentes (e campeonatos também) em que o shield ser transparente acarreta em punição se houver como identificar uma carta, enquanto em outras situações isso é irrelevante.

Algo que ocorreu comigo e que motiva o presente texto fortemente, foi em uma disputa de mesão com a utilização de Iona, Escudo de Eméria, no dia seguinte a carta estava banida. Sem saber, fui jogar noutra semana e acabei informado disso durante o jogo. Claro que existe a etiqueta do jogo, em que não se considera correto usar determinada carta, mas convenhamos que é fácil citar umas outras 10 que merecem o mesmo destino, porém essa não é a realidade.

Usar um benefício das cartas ou um combo muito forte é algo que faz parte da cultura do jogo, é um jogo de estratégia e a busca por isso é o foco, impedir essas conquistas é também parte do objetivo, mas o impedimento durante uma partida é a forma e não pelas regras, ainda menos pelas regras da casa.

Note-se que os banimentos oficiais tangenciam-se por problemas diferentes da opinião de um grupo de jogadores, elas se dão em razão de abuso constante ou de algo tão extremo que haja total dominância de um formato de jogo por determinada carta (Stoneforge Mystic, por exemplo).

Não há abuso constante quando temos 1 em 100 cartas e a mesma custa 8 manas para ser jogada, podendo ser alvo de ao menos 80% das remoções existentes. Também não há dominância de uma carta que poderia aparecer em no máximo 33% dos decks do formato.

Temos apoio oficial da Wizards para Commander com a lista de cartas banidas, defendo que usemos essa lista, sem exceções ou novidades, lá se pensa sobre o tema em larga escala e não pelo florescimento de uma derrota. Afinal, alguém pensa em banir Pack Rats do limitado na Arena? Ou Anjo da Serenidade no construído? Visto desta forma não faz sentido algum, faz?

Gostaria de uma liga que pense em mais aspectos do que os atuais, e vou ser totalmente egoísta citando o que me ressente sobre meu deck da Sisay. Afinal, “do topo” é interessante, mas e os decks com N draws? Legal, buscar efetivamente algo é ruim, mas comprar 16 cartas e não ter limite de mão é justo. Aproveitar o cemitério é algo que não conta pontos, mas buscar uma carta no grimório é punido.

Iona para uma cor, num ambiente em que a exceção é deck monocolor, isso foi motivo de banimento, mas Jin-Gitaxias e ninguém ter mais cartas na mão no final do turno e só ter a chance de fazer uma magia no seu turno é diversão garantida?

Na minha opinião, existem planos de jogo que são o grimório, a mão, o cemitério, a zona de comando e o exílio, todos são importantes para o jogo e a manipulação, uso e controle desses planos deveria ser considerado na pontuação, da forma que está apenas grimório e zona de comando são considerados.

Talvez perda de pontos por mais de 2 draws extras por turno, por usar uma carta no cemitério ou dar pontos a quem não faz uso dessas estratégias, não controlar permanentes ou turnos de adversários, não jogar turnos extras, em suma, premiar o “fair play”.

Portanto, mais do que reclamar gostaria de trazer aqui uma proposta de pontuação:

Acrescentar os seguintes tópicos em Pontuações:

+1 ponto (Simples): Passado é passado – Não utilizar nenhuma carta do cemitério ou efeito ligado ao mesmo, seja por Goyfs, Recapitular, devolver do cemitério para o jogo, embaralhar cemitério no grimório, inclusive remoção de outros cemitérios.

+1 ponto (Simples): Um é o suficiente – Não comprar nenhuma carta extra, seja no seu ou em outro turno, isso inclui efeitos de busca no grimório, mesmo que para terrenos básicos.

+3 pontos (Múltiplo): Jogador Justo – Não jogar nenhuma das seguintes mágicas: (Criar a lista com tudo que não for considerado FAIR, mas que não está banido pela Wizards);

Remoção das seguintes Penalidades:

-1 Ponto (Múltipla): De novo? – Jogar a mesma mágica pela terceira vez ou mais na mesma partida, o seu General não conta.

-1 Ponto (Múltipla): Sem Apelação – Conjurar antes do seu 3º turno uma das seguintes cartas: Mana Crypt, Serra Ascendant ou Sol Ring.

Acrescentar a seguinte Penalidade:

-2 Pontos (Múltipla): Combobo  - Eliminar um jogador com efeitos somados de 3 ou menos cartas.

Modificar Um a Menos de Simples como Múltipla.

No mai segue o link para um deck de Commander usando o Cromat

Esse deck é claramente um Ramp de 5 cores, baseado em bichões e diversão com eles na mesa, 39 terrenos, sendo 23 básicos é algo necessário para ter certeza de ter os 3 iniciais, o problema maior esteve em não gastar mais de R$ 100,00 e criar uma base de mana para todas as cores.

Há uma boa chance de ganhar com o Cromat, afinal ele recebe bônus além de eliminar bloqueadores, basta atropelar (o que não é tão simples nesse deck).

Também há muita chance de usar Counterlash como um truque para acelerar os bichões.

Como o acesso a magias muito boas fica restrito pelo custo das mesmas, tentei aproveitar a mecânica de buyback e ter a chance de ficar repetindo remoções pontuais.

A parte do deck que me deixou insatisfeito foi perceber que não há grande possibilidade de montar um Commander mais barato que isso, exceto se não nos importarmos que ele seja totalmente ruim, formado quase exclusivamente de Serpentes Terrestres de Craw.

É o que temos para hoje, abraços!

Danilo "Conepa" é jogador de Magic e RPG desde 1997, marido, pai, formado em Direito e escrevente em um cartório extrajudicial, nessa ordem de fatos.

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