terça-feira, 24 de janeiro de 2017

BG Delirium, o inimigo é o mesmo


Olá!

Fazia muito tempo que eu não escrevia nada sobre Magic, seja um report de algum torneio que participei, seja reportando partidas de outros jogadores no circuito LigaMagic (o que sinceramente eu adoro fazer), seja falando de sets novos com reviews da edição, então desculpa a falta de prática, mas deve ser tornar mais constante agora.

É preciso falar do banimento??? Não, não mais, acho que todo mundo já está saturado disso. Mas é preciso falar das consequências disso.

Para quem não viu o SCGCOL (SCG Tour – Columbus), o primeiro SCG Tour desde a entrada de Revolta do Éter, foi algo que mostrou o que as 3 cartas banidas estavam fazendo com o formato e também a força de algumas cartas novas, e claro, volta de antigas combinações.


O vencedor foi o Brennan DeCandio que abusou do BG Delirium e sua nova configuração, utilizando Constritora Sinuosa e Balista Ambulante de forma sensacional, ainda mais em combinação com Mecanotitã Verdejante, segue a lista:

B/G Delirium
Brennan DeCandio

Creatures (25)

Lands (23)

6 - Forest
7 - Swamp

Spells (12)

Sideboard

E algumas coisas na lista saltam aos olhos e você pensa nas quantidades. Isso mesmo a lista segue com 4 Demônio Arruína-mente e 0 Ishkanah, Viúva-do-cemitério, sendo presente apenas 1 no sideboard.

A resposta disso é bem simples, não existem mais dois “fun-police” (aquele que bate na sua porta para dizer que o som está incomodando a vizinhança e mantém você no limite), MagoRefletor e Cóptero do Contrabandista não estão mais por ai, e eles mantinham esse tipo de carta com números mais restritos, ninguém queria fazer um bicho de 4 manas, e depois levar um Mago Refletor e ter que fazer esse bicho apenas 2 turnos depois, a mesma coisa serve para o Mecanotitã, você quer distribuir seus marcadores de forma que cause o maior impacto, e não para sofrer com o Mago. E a mesma coisa serve para Ishkanah, seu maior motivo era parar decks como UW Flash, ou até mesmo Esper Aggro, que abusavam do Cóptero e Supressor de Mágica, e agora bom, não estão mais tanto por ai!

O deck é bom, é consistente e agressivo o suficiente, as interações com a Constritora são várias. Você pode dividir os marcadores do Titã de tal forma que até 4 criaturas suas ganhem 2 marcadores, Rastreador Incansável ganha 2 marcadores para cada pista, Rishkar, Renegado de Peema deixa de ser apenas uma criatura para acelerar a sua curva para ser um mini-Overrun no turno 4, colocando 2 marcadores em outras duas criaturas. E sem contar o Kalitas, Traidor de Geth que ganha 3 marcadores vindo do sideboard.

E ainda temos que falar do “bicho-papão” que estava a solta por ai, assustando jogadores desde que o Spoiler de Revolta ficou completo:





Esse combo foi o comentário do mundo do Magic desde que saiu esse bichano ai, que pode “blinkar” (efeito de sair e voltar pro campo de batalha) qualquer permanente que você controle, fazendo com que você possa blinkar Saheeli, usar a habilidade - 2 dela criando uma cópia do felino com ímpeto, e então fazendo a mesma coisa várias vezes, assim como todo mundo que pode fazer fez na época do Splinter Twin no modern.

E esse deck foi bem representado, foi a combinação mais jogada no primeiro dia, e a com maior aparições também no top64, 26 cópias entre Jeskai e Four-Color combo. E isso fez com que 3 desses decks chegassem ao top8, parando nas quartas de final.
Não acredito que as listas sejam suas versões “finais” para o combo, ainda acho que há muito para mudar/melhorar e o Pro Tour deve nos mostrar isso, por enquanto o Jeskai ainda tem o “shell” do deck do Carlos Romão (finalista do Pro Tour Kaladesh, entre outros títulos) colocando o combo como uma terceira “kill condition” no deck. Já a versão FourColor é algo que me surpreendeu, mas não pelas cores e sim por me lembrar de um deck a muito tempo esquecido e banido, o Pod. O deck abusa de triggers ao entrar no campo de batalha e gera com isso uma vantagem em seleção de cartas, com Juramento deNissa, compra de cards com Juramento de Jace e/ou Refinador Clandestino, e também energia com Servente do Conduíte ou Virtuose dos Turbilinos. Acredito que esse deck vai mudar muito mais que o Jeskai para chegar num versão final.

Menções honrosas para Raymond Perez (13º lugar) e Jim Davis (15º) que jogaram de UR Control e UB Control respectivamente, ambos contando com Mecanotitã Torrential para finalizar o jogo mas a vantagem ficava pro deck UR que além do Titã tinha também a Fumarola para uma outra kill condition. Um detalhe, se você gosta de ver um Control jogando, recomendo MUITO que você assista a partida entre Raymond Perez e Stephen Dykman (no 11º round, https://www.twitch.tv/scgtour/v/116553300 a partir de 1h14min de vídeo!)

O que se pode concluir desse torneio então?

Que BG Delirium não morreu, apenas achou uma forma mais agressiva. Que o combo existe e é real, e não é apenas o seu Choque que vai impedi-lo de acontecer. Empurrão Fatal é bom, mas ativar “Revolta” no formato Padrão não é tão simples assim. O Control não morreu. Mas o que mais pode-se concluir é que o formato é saudável. O banimento de Emrakul, o Fim Prometido traz novos decks e permite que Mid-Range seja uma opção viável novamente. Planeswalkers e a combinação de Nissa, Voz de Zendikar e Gideon Aliado de Zendikar voltam a ser fortes, já que não estão sendo atacados por Cópteros flutuantes. E criaturas “pesadas” e lentas ganham muita força com a ausência do Mago Refletor, que simplesmente impedia que algumas criaturas jogassem.



Obrigado!




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