Olá!
Fazia muito tempo que
eu não escrevia nada sobre Magic, seja um report de algum torneio que
participei, seja reportando partidas de outros jogadores no circuito LigaMagic
(o que sinceramente eu adoro fazer), seja falando de sets novos com reviews da
edição, então desculpa a falta de prática, mas deve ser tornar mais constante
agora.
É preciso falar do banimento???
Não, não mais, acho que todo mundo já está saturado disso. Mas é preciso falar
das consequências disso.
Para quem não viu o
SCGCOL (SCG Tour – Columbus), o primeiro SCG Tour desde a entrada de Revolta do
Éter, foi algo que mostrou o que as 3 cartas banidas estavam fazendo com o
formato e também a força de algumas cartas novas, e claro, volta de antigas
combinações.
O vencedor foi o Brennan
DeCandio que abusou do BG Delirium e sua nova configuração, utilizando
Constritora Sinuosa e Balista Ambulante de forma sensacional, ainda mais em
combinação com Mecanotitã Verdejante, segue a lista:
B/G Delirium
Brennan DeCandio
Creatures (25)
4 - Walking Ballist
4 - Grim Flayer
Lands (23)
6 - Forest
7 - Swamp
4 - Blooming Marsh
2 - Evolving Wilds
4 - Hissing Quagmire
Spells (12)
E algumas coisas na
lista saltam aos olhos e você pensa nas quantidades. Isso mesmo a lista segue
com 4 Demônio Arruína-mente e 0 Ishkanah, Viúva-do-cemitério, sendo presente
apenas 1 no sideboard.
A resposta disso é bem
simples, não existem mais dois “fun-police” (aquele que bate na sua porta para
dizer que o som está incomodando a vizinhança e mantém você no limite), MagoRefletor e Cóptero do Contrabandista não estão mais por ai, e eles mantinham
esse tipo de carta com números mais restritos, ninguém queria fazer um bicho de
4 manas, e depois levar um Mago Refletor e ter que fazer esse bicho apenas 2
turnos depois, a mesma coisa serve para o Mecanotitã, você quer distribuir seus
marcadores de forma que cause o maior impacto, e não para sofrer com o Mago. E
a mesma coisa serve para Ishkanah, seu maior motivo era parar decks como UW
Flash, ou até mesmo Esper Aggro, que abusavam do Cóptero e Supressor de Mágica,
e agora bom, não estão mais tanto por ai!
O deck é bom, é
consistente e agressivo o suficiente, as interações com a Constritora são
várias. Você pode dividir os marcadores do Titã de tal forma que até 4
criaturas suas ganhem 2 marcadores, Rastreador Incansável ganha 2 marcadores
para cada pista, Rishkar, Renegado de Peema deixa de ser apenas uma criatura
para acelerar a sua curva para ser um mini-Overrun no turno 4, colocando 2
marcadores em outras duas criaturas. E sem contar o Kalitas, Traidor de Geth
que ganha 3 marcadores vindo do sideboard.
E ainda temos que
falar do “bicho-papão” que estava a solta por ai, assustando jogadores desde
que o Spoiler de Revolta ficou completo:
Esse combo foi o
comentário do mundo do Magic desde que saiu esse bichano ai, que pode “blinkar” (efeito de sair e voltar pro
campo de batalha) qualquer permanente que você controle, fazendo com que você
possa blinkar Saheeli, usar a
habilidade - 2 dela criando uma cópia do felino com ímpeto, e então fazendo a
mesma coisa várias vezes, assim como todo mundo que pode fazer fez na época do
Splinter Twin no modern.
E esse deck foi bem
representado, foi a combinação mais jogada no primeiro dia, e a com maior
aparições também no top64, 26 cópias entre Jeskai e Four-Color combo. E isso
fez com que 3 desses decks chegassem ao top8, parando nas quartas de final.
Não acredito que as
listas sejam suas versões “finais” para o combo, ainda acho que há muito para
mudar/melhorar e o Pro Tour deve nos mostrar isso, por enquanto o Jeskai ainda
tem o “shell” do deck do Carlos Romão
(finalista do Pro Tour Kaladesh, entre outros títulos) colocando o combo como
uma terceira “kill condition” no
deck. Já a versão FourColor é algo que me surpreendeu, mas não pelas cores e
sim por me lembrar de um deck a muito tempo esquecido e banido, o Pod. O deck
abusa de triggers ao entrar no campo
de batalha e gera com isso uma vantagem em seleção de cartas, com Juramento deNissa, compra de cards com Juramento de Jace e/ou Refinador Clandestino, e
também energia com Servente do Conduíte ou Virtuose dos Turbilinos. Acredito
que esse deck vai mudar muito mais que o Jeskai para chegar num versão final.
Menções honrosas para Raymond
Perez (13º lugar) e Jim Davis (15º) que jogaram de UR Control e UB Control
respectivamente, ambos contando com Mecanotitã Torrential para finalizar o jogo
mas a vantagem ficava pro deck UR que além do Titã tinha também a Fumarola para
uma outra kill condition. Um detalhe,
se você gosta de ver um Control jogando, recomendo MUITO que você assista a
partida entre Raymond Perez e Stephen Dykman (no 11º round, https://www.twitch.tv/scgtour/v/116553300 a partir de 1h14min de vídeo!)
O que se pode concluir
desse torneio então?
Que BG Delirium não
morreu, apenas achou uma forma mais agressiva. Que o combo existe e é real, e
não é apenas o seu Choque que vai impedi-lo de acontecer. Empurrão Fatal é bom,
mas ativar “Revolta” no formato Padrão não é tão simples assim. O Control não
morreu. Mas o que mais pode-se concluir é que o formato é saudável. O banimento
de Emrakul, o Fim Prometido traz novos decks e permite que Mid-Range seja uma
opção viável novamente. Planeswalkers e a combinação de Nissa, Voz de Zendikar
e Gideon Aliado de Zendikar voltam a ser fortes, já que não estão sendo
atacados por Cópteros flutuantes. E criaturas “pesadas” e lentas ganham muita
força com a ausência do Mago Refletor, que simplesmente impedia que algumas
criaturas jogassem.
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