segunda-feira, 5 de março de 2012

Standard 2 em 1: Elesh Norn & RG Beats

 

 Por: Tio Hélio



Elesh Norn, Cenobita-mó-da-hora


Essa história ocorreu no remoto final de 2011 (parece até que já tiveram umas três rotações do standard desde aquela época). Estava presenciando o surgimento do Live Chat nas coberturas de eventos do site da Wizards.
 Como tinha pouca gente, tive algumas das minhas perguntas respondidas. Entre elas, uma sobre Pod. Traduzido livremente, de uma memória não tão fiel:
- E o que vai acontecer com o Pod?

Pod era “a boa” quando só ele usava Elesh Norn. Agora que outros decks começaram a usar (naqueles tempos longínquos, GW tokens e Solar Flare), não tem mais tanto motivo pra jogar de pod.
Aquilo mudou um pouco minha visão. Elesh Norn era a boa, não o pod (depois voltei a jogar de pod mesmo). Naquele mesmo dia, Sir Patrick Chapin tinha estreado seu Grixis Control. Tive uma ideia. Chapin pode ser profissional e tal, mas achei que faltava algo no deck dele! Cor!
E assim surgiu meu projeto mirabolante – Le semi-budget 5 color ravaging reanimator ramp (agora que tive que caçar o tópico com a decklist, provavelmente o evento do chat ocorreu em 12/11/2011):
Infelizmente, o deck deixou de ser reanimator – era mais fácil dar hardcast na Elesh Norn. Claro que alguns decks de commander e talento discutível no ramo de construção de decks fizeram com que este que vos escreve abandonasse o citado projeto. Outros continuaram e, recentemente, o divisor de águas. Se Elesh Norn “é a boa”, o negócio é por quatro logo de uma vez.

Polêmica: Elesh Norn é tão, mais tão legal, que se você jogar duas Elesh Norns na mesa você mata criaturas 4/4 do oponente – vai todo mundo junto pro cemitério (as Elesh Norns e um Havengul Lich do oponente, por exemplo), isso segundo o juiz do GP Lille (fonte - no final dessa página aqui: http://bit.ly/yGwDkj).
Estranho né? Magic é assim mesmo – você fala que é state-based effect ou pergunta “quem tem a prioridade?”. Se o juiz aparecer e concordar, pode J. Segundo o juiz, no caso da Elesh Norn, o efeito baseado em estado e a regra de permanentes lendárias são checadas ao mesmo tempo e morre todo mundo. Moral da história: esse negócio de ter 4 Elesh Norn realmente parece útil.
  
Frites – (French Rites)

Raphael Levy, salvo engano no pró-tour, surpreendeu o mundo com suas 4 Elesh Norns no seu French Rites (Frites). Evidentemente, o deck dele é muito melhor do que o meu projeto, minha única dor que ele tem um nome tão mais legal...

Nesse artigo, ele explica como o Frites funciona, mas como tá em “ingreis”, eu explico também (não é uma tradução, nem resumo, nem nada, é uma segunda explicação, menos qualificada, deste autor ).
Mais ou menos – Mana → Birds (Parte importante, por isso tem umas “10 birds” no deck). Depois, Mulch e/ou Mana → Faithless Looting. Dá um jeito de jogar Elesh Norn e companhia (cartas com flashback, outros “fatties”, etc.) no cemitério e corre pro abraço, reanimando algo malvado ou segurando as pontas com fichas de espíritos.


Como dito anteriormente, o deck é bom e tudo mais, mas falta cor. Em 7º lugar, no SCG Open de 04/03/2011, apareceu um 5 color reanimator:


Pode parecer loucura, mas eu acho que Phantasmal Image é tudo isso no metagame atual (você copia coisas que você nem lembrava que existia, além de copiar os Geralf Messenger da vida), tanto que eu cheguei a usar a coisa um tempo, já que o azul estava lá mesmo pro flashback do Desperate Ravings. O destaque é para as 3 Elesh Norns – muita gente não joga com o Frites por falta de Norn. Duas são mandatórias, talvez o mínimo seja 3. O resto é uma combinação de pretores, titãs, Wurmcoil Engines, Rune-scarred Demons, Massacre Wurm ou qualquer coisa que se adapte ao seu metagame local e te dê algum resultado.
Se eu fosse pra um torneio maior com Frites, provavelmente iria com a lista do Raphael Levy mesmo, até porque, com geral abrindo NPH atrás de espada, dá pra arrumar umas Norn emprestadas. Para torneios locais, eu ousaria ir com um Frites de cinco cores e improvisações.

RG Beats e uma história sobre Strangleroot Geist.

Strangleroot Geist é uma carta vermelha. Ou, pelo menos, faria mais sentido como uma. É que o verde raramente tem criaturas com ímpeto. Somado a isso, recentemente boa parte das criaturas verdes é um poste, quase uma barreira. Não raro, no final do dia, o monogreen tinha que equipar uma espada na birds e ir à luta (assistam um mirror de monogreen para ver a alegria que é).

Pra mim, o Geist sempre fez mais sentido num RG. Lembra do Red Deck wins + Goyf? Tipo isso. Ex.: Meu deck modern, na falta de um burn agradável, é esse: http://bit.ly/zn7r1Q – Strangleroot Geist entra como um filhote de Goblin Guide com Hellspark Elemental.
Bem, apareceu o monogreen do standard. Dungrove Elder é muito bom, muito legal, mas ele fica lá parado boa parte do tempo. E com ele no deck, a tendência é usar 24-23 florestas. Como Dungrove Elder passou por problemas de produtividade, no GP Lille surgiu uma versão RG da coisa toda.
Sai Dungrove Elder e Bellowing Tanglewurm (yes!), entram Hellrider e Huntmaster of the Fells. Ainda detesto Huntmaster of the Fells como lobisomem – enquanto os lobisomens em tese tem um “lado forte”, o Huntmaster é bom virando de um lado para o outro feito nerd com insônia. Agora, como uma coisa que a gente coloca no meio do RG só porque é 3 pra 1 (azar dele se ele é lobisomem) ele é excepcional.

Hellrider é um monstro em qualquer deck entupido de criaturas. Tem horas que ele faz o que as pessoas achavam que o Kiln Fiend fazia (dá uma média de dano gigantesca).  Ele é tipo de coisa da vida que só descobre que é bom depois que testa, que nem... bom, deixa pra lá.
Além disso, com o splash vermelho dá pra aproveitar melhor o hoje importante Daybreak Ranger (o Matador de Passarinho, digo, Espíritos). Kessig Wolf Run aparece para dar “evasão” para suas criaturas, para evitar o conhecido “efeito Dungrove Elder” (sou grande, não sou dois, não voo e fico aqui, ganhando tempo).
O Sideboard é enriquecido com 15 vitaminas, minerais, Ancient Grudge, Combust e etc. (Blasphemous act, Manabarbs e Urabrask).
A lista analisada é a do Top 4 do GP Lille, de Kristof Benaets. No top 8 do mesmo GP tem mais dois RGs (Martin Zimmerman e Jonas Köstler): http://bit.ly/x9fbKo

Moral da história: splash vermelho, correndo.

Conteúdo Bônus: Filosofando o Magic (yay!) - Standard hoje em dia

UB Control, UB Zombies, Delver Blade, UW Humans, Wolf Run Ramp, Metalcraft, RG, Lingering Spirits, Monogreen, Frites – todos eles andam aparecendo por aí em bom número.
Red Deck Wins, Monogreen, Solar Flare, Heartless “coisa”, Pod, essas coisas – sempre estão caçando seu lugar nos top 8s e “days 2” da vida, mas tá complicado.
Embora alguns digam que UB control já não é mais aquele, permito-me discordar – ganhou o Open esse final de semana e, se o jogador estiver acostumado, faz até muito bonito. No final do dia, o metagame é um conjunto de decks que ganham de outros decks (ao invés de dois decks para detonar o resto). O metagame deu uma sacudida, mas aparentemente está voltando para o que era antes (UB Control, UW Humans, Delver Blade, Metalcraft, Wolf Run), saindo o GW Tokens, entrando o deck UB de Zumbis. Pode ser que o Wolf Run e o RG briguem por um “slot definitivo”.
E daí?
Bom, e daí que hoje em dia é importante formar times (de testes, montagem de decks e treino), discutir metagame, tentar saber que deck as pessoas serão forçadas pela mídia a vão escolher para, enfim, ir com o deck que tem match bom contra o dito cujo. Times podem testar vários arquétipos de decks ao mesmo tempo, emprestar cartas, etc. Tudo de bom ter time – e meio necessário para o Standard.

Vale lembrar que, hoje em dia, o tal do match ruim não é tão horrível assim. Sempre tem uma chance dos “quase event decks” da vida darem problema para o seu UB tão arrumadinho. Além disso, alguns decks estão perdendo posições no metagame, sim, mas isso não significa que eles sejam horríveis (e se não é horrível, sempre tem uma meia dúzia que joga com ele, só pra te fazer começar
o torneio com 0-1).

O Standard SOM/M12/DKA é complicado acima da média (ex. Undying e marcadores -1/-1), por isso é importante assistir o maior número de coverages possível, deck techs, artigos de pro players (daqueles que estão/vão estar em breve no hall da fama, por exemplo), etc. Corrosive Gale, por exemplo, ficou mais de um mês escondida e, de repente, quase matou um arquétipo.
Nesse meta disputado, também existe menor margem para erros. Sua partida de 50 minutos não precisa acabar em 20 e você não precisa jogar rápido que nem “o pessoal da tv”. Foco é fundamental.
Além do top 8 do GP (lá em cima, em algum lugar),fica o link do top 16 do SCG Open da semana: http://bit.ly/zwQ3AK .

Frase da semana: “Dark Ascension has no good card.” (Ediwin Beckwit, do top 8 do SCG Open – link: http://bit.ly/xLUBkU ). Maior injustiça com Faithless Looting… :p

Adendo:
É um tumblr escrito por este que vos fala com decks budget, decks rogue, decks de commander, etc. Se tudo der certo, a SELIC baixar, o IGPM subir, eu achar um jeito de colocar decklists bonitinho no tumblr, devo conseguir agendar um post por semana. Diferente dos escritos aqui, são posts curtos que não demandam maiores explicações.
Meu tumblr e meu twitter (@tio_helioMTG) são escritos num dialeto do inglês por mim inventado (ou seja: nunca fiz curso de inglês na vida/meu inglês é uma porcaria) porque, por algum motivo, aparentemente brasileiro não vai muito com a cara de Tumblr e Twitter.
Quando estou assistindo algum coverage, às vezes fico no twitter escrevendo coisas com hashtag  (só pra isso que ele serve...), outro motivo para ele estar em inglês.
Para todos, desejo um bom... Mês sem feriado?

Fim

 




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