Essa história ocorreu
no remoto final de 2011 (parece até que já tiveram umas três rotações do
standard desde aquela época). Estava presenciando o surgimento do Live Chat nas
coberturas de eventos do site da Wizards.
Como tinha pouca gente, tive algumas das minhas perguntas respondidas. Entre elas, uma sobre Pod. Traduzido livremente, de uma memória não tão fiel:
Como tinha pouca gente, tive algumas das minhas perguntas respondidas. Entre elas, uma sobre Pod. Traduzido livremente, de uma memória não tão fiel:
- E o que vai acontecer com o Pod?
Pod era “a boa” quando só ele usava Elesh Norn. Agora que outros decks começaram a usar (naqueles tempos longínquos, GW tokens e Solar Flare), não tem mais tanto motivo pra jogar de pod.
Aquilo mudou um pouco minha visão. Elesh Norn era a boa, não o
pod (depois voltei a jogar de pod mesmo). Naquele mesmo dia, Sir Patrick Chapin
tinha estreado seu Grixis Control. Tive uma ideia. Chapin pode ser profissional
e tal, mas achei que faltava algo no deck dele! Cor!
E assim surgiu meu projeto mirabolante – Le semi-budget 5 color
ravaging reanimator ramp (agora que tive que caçar o tópico com a decklist,
provavelmente o evento do chat ocorreu em 12/11/2011):
Infelizmente, o deck deixou de ser reanimator – era mais fácil
dar hardcast na Elesh Norn. Claro que alguns decks de commander e talento
discutível no ramo de construção de decks fizeram com que este que vos escreve
abandonasse o citado projeto. Outros continuaram e, recentemente, o divisor de
águas. Se Elesh Norn “é a boa”, o negócio é por quatro logo de uma vez.
Polêmica: Elesh Norn é tão, mais tão legal, que se você jogar duas Elesh Norns na mesa você mata criaturas 4/4 do oponente – vai todo mundo junto pro cemitério (as Elesh Norns e um Havengul Lich do oponente, por exemplo), isso segundo o juiz do GP Lille (fonte - no final dessa página aqui: http://bit.ly/yGwDkj).
Estranho né? Magic é assim mesmo – você fala que é state-based
effect ou pergunta “quem tem a prioridade?”. Se o juiz aparecer e concordar,
pode J.
Segundo o juiz, no caso da Elesh Norn, o efeito baseado em estado e a regra de
permanentes lendárias são checadas ao mesmo tempo e morre todo mundo. Moral da
história: esse negócio de ter 4 Elesh Norn realmente parece útil.
Frites – (French Rites)
Raphael Levy, salvo engano no pró-tour, surpreendeu o mundo com
suas 4 Elesh Norns no seu French Rites (Frites). Evidentemente, o deck dele é
muito melhor do que o meu projeto, minha única dor que ele tem um nome tão mais
legal...
Nesse artigo, ele explica como o Frites funciona, mas como tá em “ingreis”, eu explico também (não é uma tradução, nem resumo, nem nada, é uma segunda explicação, menos qualificada, deste autor ).
Mais ou menos – Mana → Birds (Parte importante, por isso tem
umas “10 birds” no deck). Depois, Mulch e/ou Mana → Faithless Looting. Dá um
jeito de jogar Elesh Norn e companhia (cartas com flashback, outros “fatties”,
etc.) no cemitério e corre pro abraço, reanimando algo malvado ou segurando as
pontas com fichas de espíritos.
Como dito anteriormente, o deck é bom e tudo mais, mas falta
cor. Em 7º lugar, no SCG Open de 04/03/2011, apareceu um 5 color reanimator:
Pode parecer loucura, mas eu acho que Phantasmal Image é tudo isso no metagame atual (você copia coisas que você nem lembrava que existia, além de copiar os Geralf Messenger da vida), tanto que eu cheguei a usar a coisa um tempo, já que o azul estava lá mesmo pro flashback do Desperate Ravings. O destaque é para as 3 Elesh Norns – muita gente não joga com o Frites por falta de Norn. Duas são mandatórias, talvez o mínimo seja 3. O resto é uma combinação de pretores, titãs, Wurmcoil Engines, Rune-scarred Demons, Massacre Wurm ou qualquer coisa que se adapte ao seu metagame local e te dê algum resultado.
Se eu fosse pra um torneio maior com Frites, provavelmente iria
com a lista do Raphael Levy mesmo, até porque, com geral abrindo NPH atrás de
espada, dá pra arrumar umas Norn emprestadas. Para torneios locais, eu ousaria
ir com um Frites de cinco cores e improvisações.
RG Beats e uma história
sobre Strangleroot Geist.
Strangleroot Geist é uma carta vermelha. Ou, pelo menos, faria
mais sentido como uma. É que o verde raramente tem criaturas com ímpeto. Somado
a isso, recentemente boa parte das criaturas verdes é um poste, quase uma
barreira. Não raro, no final do dia, o monogreen tinha que equipar uma espada
na birds e ir à luta (assistam um mirror de monogreen para ver a alegria que
é).
Pra mim, o Geist sempre fez mais sentido num RG. Lembra do Red Deck wins + Goyf? Tipo isso. Ex.: Meu deck modern, na falta de um burn agradável, é esse: http://bit.ly/zn7r1Q – Strangleroot Geist entra como um filhote de Goblin Guide com Hellspark Elemental.
Bem, apareceu o monogreen do standard. Dungrove Elder é muito
bom, muito legal, mas ele fica lá parado boa parte do tempo. E com ele no deck,
a tendência é usar 24-23 florestas. Como Dungrove Elder passou por problemas de
produtividade, no GP Lille surgiu uma versão RG da coisa toda.
Sai Dungrove
Elder e Bellowing Tanglewurm (yes!), entram Hellrider e Huntmaster of the
Fells. Ainda detesto Huntmaster of the Fells como lobisomem – enquanto
os lobisomens em tese tem um “lado forte”, o Huntmaster é bom virando de um
lado para o outro feito nerd com insônia. Agora, como uma coisa que a gente
coloca no meio do RG só porque é 3 pra 1 (azar dele se ele é lobisomem) ele é
excepcional.
Hellrider é um monstro em qualquer deck entupido de criaturas. Tem horas que ele faz o que as pessoas achavam que o Kiln Fiend fazia (dá uma média de dano gigantesca). Ele é tipo de coisa da vida que só descobre que é bom depois que testa, que nem... bom, deixa pra lá.
Além disso, com o splash vermelho dá pra aproveitar melhor o
hoje importante Daybreak Ranger (o Matador de Passarinho, digo, Espíritos).
Kessig Wolf Run aparece para dar “evasão” para suas criaturas, para evitar o
conhecido “efeito Dungrove Elder” (sou grande, não sou dois, não voo e fico
aqui, ganhando tempo).
O Sideboard é enriquecido com 15 vitaminas, minerais, Ancient
Grudge, Combust e etc. (Blasphemous act, Manabarbs e Urabrask).
A lista analisada é a do Top 4 do GP Lille, de Kristof Benaets.
No top 8 do mesmo GP tem mais dois RGs (Martin Zimmerman e Jonas Köstler): http://bit.ly/x9fbKo
Moral da história: splash vermelho, correndo.
Conteúdo Bônus:
Filosofando o Magic (yay!) - Standard hoje em dia
UB Control, UB Zombies, Delver Blade, UW Humans, Wolf Run Ramp,
Metalcraft, RG, Lingering Spirits, Monogreen, Frites – todos eles andam
aparecendo por aí em bom número.
Red Deck Wins, Monogreen, Solar Flare, Heartless “coisa”, Pod,
essas coisas – sempre estão caçando seu lugar nos top 8s e “days 2” da vida,
mas tá complicado.
Embora alguns digam que UB control já não é mais aquele,
permito-me discordar – ganhou o Open esse final de semana e, se o jogador
estiver acostumado, faz até muito bonito. No final do dia, o metagame é um
conjunto de decks que ganham de outros decks (ao invés de dois decks para
detonar o resto). O metagame deu uma sacudida, mas aparentemente está voltando
para o que era antes (UB Control, UW Humans, Delver Blade, Metalcraft, Wolf
Run), saindo o GW Tokens, entrando o deck UB de Zumbis. Pode ser que o Wolf Run
e o RG briguem por um “slot definitivo”.
E daí?
Bom, e daí que hoje em dia é importante formar times (de testes,
montagem de decks e treino), discutir metagame, tentar saber que deck as
pessoas serão forçadas pela mídia a vão escolher para, enfim, ir com o
deck que tem match bom contra o dito cujo. Times podem testar vários arquétipos
de decks ao mesmo tempo, emprestar cartas, etc. Tudo de bom ter time – e meio
necessário para o Standard.
Vale lembrar que, hoje em dia, o tal do match ruim não é tão horrível assim. Sempre tem uma chance dos “quase event decks” da vida darem problema para o seu UB tão arrumadinho. Além disso, alguns decks estão perdendo posições no metagame, sim, mas isso não significa que eles sejam horríveis (e se não é horrível, sempre tem uma meia dúzia que joga com ele, só pra te fazer começar
o torneio com 0-1).
O Standard SOM/M12/DKA é complicado acima da média (ex. Undying e marcadores -1/-1), por isso é importante assistir o maior número de coverages possível, deck techs, artigos de pro players (daqueles que estão/vão estar em breve no hall da fama, por exemplo), etc. Corrosive Gale, por exemplo, ficou mais de um mês escondida e, de repente, quase matou um arquétipo.
Nesse meta disputado, também existe menor margem para erros. Sua
partida de 50 minutos não precisa acabar em 20 e você não precisa jogar rápido
que nem “o pessoal da tv”. Foco é fundamental.
Além do top 8 do GP (lá em cima, em algum lugar),fica o link do
top 16 do SCG Open da semana: http://bit.ly/zwQ3AK
.
Frase da semana: “Dark Ascension has no good card.” (Ediwin
Beckwit, do top 8 do SCG Open – link: http://bit.ly/xLUBkU ). Maior injustiça com Faithless
Looting… :p
Adendo:
O Tumblr: http://tiohelios.tumblr.com
É um tumblr escrito por este que vos fala com decks budget,
decks rogue, decks de commander, etc. Se tudo der certo, a SELIC baixar, o IGPM
subir, eu achar um jeito de colocar decklists bonitinho no tumblr, devo
conseguir agendar um post por semana. Diferente dos escritos aqui, são posts curtos
que não demandam maiores explicações.
Meu tumblr e meu twitter (@tio_helioMTG) são escritos num
dialeto do inglês por mim inventado (ou seja: nunca fiz curso de inglês na
vida/meu inglês é uma porcaria) porque, por algum motivo, aparentemente
brasileiro não vai muito com a cara de Tumblr e Twitter.
Quando estou assistindo algum coverage, às vezes fico no twitter
escrevendo coisas com hashtag (só pra
isso que ele serve...), outro motivo para ele estar em inglês.
Para todos, desejo um bom... Mês sem feriado?
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