terça-feira, 8 de outubro de 2013

Quatro vezes Garruk!


Danilo Paoliello
Recentemente consegui um grande feito no MOL, ganhei um premier event no Standard ou T2, minha lista está disponível no link 


O deck é maravilhoso, mas com a chegada de Theros ele perde muitas peças que o faziam sensacional e o mais importante é a não reposição em qualidade para que se mantenha mono cromático.

Daí a inspiração para usar suas bases, em especial o planeswalker, em propostas bicolores, todas assentadas em grandes quantidades de criaturas. Apesar da cena passar ao domínio dos controles e do onipresente Veredito Supremo, ainda vejo saída para a estratégia, com algum ajuste de foco e modo de jogo.



Explicando o sucesso do passado, jogar contra criaturas era o objetivo do deck, a maioria dos oponentes mal usavam remoções pontuais, era um jogo de atrito, boa parte das partidas era contra RG, num mix de Kibler, Aggro e Midrange ou MonoRed, BigRed, Aristocratas e BG, portanto o ponto era viver e ser maior, o que se alcançava no campo de batalha com um exército de elfos e depois na vantagem de cartas com Garruk que procurava o acromegálico Craterópode para finalizar, mas não se limitava a isso, o oponente deveria lidar com Hidras em progressão aritmética, Lupíneos com elos espirituais e depois do side as respostas que apareciam com precisão impressionante para cada adversário, aranhas contra aristocratas e fichas de espírito, árvores com 13 pontos de vida contra Monored e RG agressivos, era um milagre o metagame e como se inseria nele esse monogreen.

Agora o meta está apenas começando, temos menos cartas, porém temos muitas opções a serem exploradas, novidades, interações, mecânicas diferentes, um universo novo, na verdade um novo plano de jogo, apenas consigo perceber claramente que aqueles fascinados por Ilhas, e há tempos sedentos pela possibilidade de executarem seu jogo com chance de ganhar, estão bem colocados e aparecerão constantemente do outro lado da mesa.

Logo, o mais comum será: 4º turno: Veredito Supremo! E lá se foram 3 ou 4 cartas para 1, no famoso sweeper.

Utilizando uma lição aprendida de um experiente, bom e contumaz jogador de controle, precisamos identificar qual o Huntmaster da vez. Explico. Na época estávamos treinando para um campeonato de grande premiação e ao baixar o Huntmaster ele comentou: “essa é a maneira mais segura de me fazer usar o Veredito.” Parafraseando Capitão Nascimento, lição dada é lição aprendida, ou seja, identificar o que faz um jogador usar uma carta que claramente representa vantagem contra apenas uma carta sua, e em termos práticos, afinal usar um Veredito contra um Huntmaster é uma desvantagem de 2 pontos de vida. Aceitar a desvantagem é o elemento que trará a luz um deck capaz de se opor aos controles.

Mas não fiquemos cegos ao passado, estávamos em uma realidade de Caverna das Almas no meta, portanto não rodavam por aí muitas anulações e os decks com a configuração controle usavam muitas criaturas, o que é estranho, faltando espaço para boas remoções pontuais, o que não será a nossa realidade no próximo ano, portanto o desafio é maior.

O que me faz concluir que nesse momento toda carta que usarmos tem o dever de ser capaz de vencer o jogo sozinha e que as cartas para viabilização não podem ser consideradas essenciais, apenas bons amparos e para-raios, como toda Ave do Paraíso.

As listas iniciais

RG

4 Elfo Místico
4 Cariatide Silvestre
4 Hidra Kaloniana
4 Lodo Necrófago
2 Polukranos, Devorador de Mundos
4 Garruk, Convocador de Bestas
4 Esmagador da Pólis
4 Hidra Selvagem
3 Domri Rade
3 Ruric Tar, o Imbatível
7 Florestas
5 Montanhas
4 Solo Pisoteado
4 Templo Abandonado
4 Caverna Mutável

Sideboard

3 Witchstalker
3 Arco de Niléia
2 Colosso do Arvoredo
2 Fog
3 Hidra Talha-bruma
2 Burning Earth

BG

4 Elfo Místico
4 Cariatide Silvestre
4 Hidra Kaloniana
4 Lodo Necrófago
2 Polukranos, Devorador de Mundos
4 Garruk, Convocador de Bestas
4 Lotleth Troll
4 Corpsejack Menace
4 Dreg Mangler
2 Jarad, Golgari Lich Lord
1 Korozda Guildmage
6 Floresta
6 Pântano
4 Overgrown Tomb
4 Golgari Guildgate
4 Caverna Mutável

Sideboard

3 Witchstalker
3 Arco de Niléia
2 Colosso do Arvoredo
2 Fog
3 Hidra Talha-bruma
2 Chicote de Érebos

UG

4 Elfo Místico
4 Cariatide Silvestre
4 Hidra Kaloniana
4 Lodo Necrófago
2 Polukranos, Devorador de Mundos
4 Garruk, Convocador de Bestas
4 Vorel da Cepa e do Casco
4 Zameck Guildmage
4 Master Biomancer
2 Prime Speaker Zegana
7 Floresta
5 Ilha
4 Chardo da Procriação
4 Templo do Mistério
4 Caverna Mutável

Sideboard

3 Witchstalker
3 Arco de Niléia
2 Colosso do Arvoredo
2 Fog
3 Hidra Talha-bruma
2 Gainsay

WG

4 Elfo Místico
4 Cariatide Silvestre
4 Hidra Kaloniana
4 Lodo Necrófago
2 Polukranos, Devorador de Mundos
4 Garruk, Convocador de Bestas
4 Voice of Ressurgence
4 Loxodon Smiter
3 Trostani, Voz dos Selesnya
3 Arcanjo de Thune
6 Floresta
6 Planície
4 Temple Garden
4 Selesnya Guildgate
4 Caverna Mutável

Sideboard

3 Witchstalker
3 Arco de Niléia
2 Colosso do Arvoredo
2 Fog
3 Hidra Talha-bruma
2 Defesas Radiconatas

São todos bastante semelhantes e não foquei em nada mais agressivo ou controle dependendo da cor de interação, mas isso é viável, o que pretendo tentar é uma versão combo, mas ainda não encontrei as peças para isto, talvez nem existam ainda, meu palpite mais convincente envolve um certo vorme 15/15.

Razões

Caso eu olhasse essas listas uns meses atrás a minha primeira pergunta seria: “24 lands?!”. Pois é, não podemos perder land drops, parece importante ter acesso a man land pela abertura de opções que ela dá nos matchs, sejam agressivos sejam controles e é necessário usar 2 cores, portanto o número parece adequado.

Elfo Místico e Cariátide Silvestre são as engrenagens de aceleração do deck, servindo a dríade também à correção da base de mana, são úteis, mas não são essenciais e tenho alguma convicção de que os próximos testes cortarão justamente essas cartas, muito provavelmente para Experimento Um e Farejador de Bruxas.
Lodo Necrófago tem grande interação com a estrela finalizadora do deck, a Hidra Kaloniana e rende pontos de vida preciosos num ambiente agressivo, parece outra opção a ser alterada, passando para o side talvez, contudo, não sinto confiança em nenhum outro drop 2 como substituto.

Polukranos é uma carta boa, mas eu tenho um forte receio de que ela não seja o que se espera dela, sua monstruosidade parece que veio escrita errada ou algo assim, portanto apenas 2, posso estar enganado e isso seria ótimo.

Garruk, Convocador de Bestas, a razão de ser do deck, do artigo e pai de todas as expectativas positivas que imponho sobre esses decks, contra controles ele é o elemento a ser batido, aquele que fará oponentes conscientes de sua estratégia segurarem aquela resposta, em suma, um monstro. Contra decks agressivos ele deixa de ser tão efetivo (por não existir nada Craterópode no formato) e sua contagem cairá para 3 ou 2, pena.

Parte Vermelha

Ruric Tar é a arma definitiva do deck, afinal, quase tudo que temos são criaturas e para que ele saia do jogo o oponente precisa pagar 6 de vida, sua contagem pode cair depois do game 1, para entrada de Burning Earth ou Fog.

Polis Crusher é minha aposta como carta subavaliada, bater 4, atropelar, ganhar marcadores por um custo aceitável e não ser alvo de Esfera de Detenção, servindo como remoção de encantamentos estranhos é muito mais do que circunstancial.

Hidra Selvagem é o drop 3 do deck, exceto contra oponentes que usem Eletrickery, o que, sem tokens de espíritos voando por aí, me parece menos comum. E, quando o Arco de Niléia entra, esse multicéfalo fica ainda melhor.

Domri Rade é o bom bril do deck, remove, ajuda a comprar e é alvo antes do Garruk.

Parte Azul

Zegana é uma versão bônus do Garruk nesse deck, o custo é um pouco pesado, mas não inacessível, não vejo um deck com mais qualidade para compra de cartas, nem os de Revelação.

Vorel é a carta da sinergia, quem dera ele dobrasse marcadores de lealdade... Mas já basta ele multiplicar a Hidra e segurar tudo no mundo da agressividade.

Zameck Guildmage tem a função de drop 2 e de trazer mais cartas para a mão, porém é o maior candidato a substituição, quando eu conseguir pensar em algo melhor.

Mestre Biomante está na posição de curva perfeita para a Hidra, fechando as opções de melhor sinergia, afinal, Zameck para Vorel para Biomante para Hidra para morte no sexto turno.

Parte Branca

Voz da Ressurgência é a carta mais difícil de avaliar nesse período pós rotação, ela perde muito com Anger of the Gods, mas é uma super estrela contra controles e estratégias draw go, ainda a avalio muito bem posicionada, apesar de menos valiosa financeiramente, o que é estranho, já que é a única ferramenta realmente resiliente a remoções.

Loxodon Smiter também aparece muito bem nos dois mundos, contra agressividade tem um corpo boníssimo e um custo baixíssimo, contra controles é inatingível até entrar em campo e causa estrago cedo, pressionando.

Trostani é o pesadelo da agressividade, sua habilidade de povoar é quase irrelevante no deck, afinal só teremos fichas de Voice a priori, mas ganhar vida é fundamental, contra controles é a primeira carta a sair, pela dificuldade de cast e pela inutilidade no campo.

Arcanjo de Thune não tenho certeza se é o que eu queria, mas a sinergia é boa, com Trostani e com a Hidra, até o Lodo tem seu valor aumentado com essa opção, mas isso deixa o deck com uma modelagem excepcional contra agressividade e vulnerável contra controle, o que não será uma grande estratégia no futuro próximo.

Parte Preta

Lotleth Troll pressiona rápido, é um elemento surpresa e tem boa interação contra agressividade, sua resistência à remoção também é relevante.

Corpsejack Menace tem o caráter mais surpreendente de todas as cartas, além de ser ao lado do Biomante a curva perfeita para a Hidra, 32 de dano no quinto ou sexto turno é algo que precisa ser respondido.

Dreg Mangler faz com que o BG seja a versão mais agressiva de todas, interagindo bem com a Hidra, o Troll e Menace.

Jarad é aquela carta que eu sempre quis usar e não consegui, acho que será cortado logo, mas enquanto estou só me divertindo com as oportunidades da rotação ele fica.

Korozda também tem a função de completar o time, suas habilidades são boas, mas nada espetacular, somado ao Lich é o terceiro slot de algo melhor do porvir.

Sides

Witchstalker que tendem a ir para o main se Esper continuar se multiplicando e ascendendo, ampliando sua contagem para 4, inclusive.

Arco de Niléia defende bem no ganho de vida, torna a Hidra mais letal, aumenta a contagem de marcadores, devolve criaturas para o Garruk buscar (bastante improvável) e cuida de incômodos alados, só daqueles pequenos. É tanta coisa sem ser realmente bom em algo que parece obrigatório estar no side.

Colosso do Arvoredo trata de um mal sempre presente na mente do mago verde, aquilo que vem dos céus, seu corpo é capaz de refutar todos grandes voadores do formato e tem o bônus de virar mais monstro que eles já colocando algum no chinelo, ter condição de enfrentar deuses também conta a seu favor.

Fog, pois nem sempre poderemos lidar com a velocidade inimiga superando sua quantidade com nosso tamanho e algumas corridas podem ser muito apertadas sem algum truque na manga.

Hidra Talha-Bruma é a ferramenta definitiva para enterrar magos azuis que insistem em ficar usando truques de donzela.

Cada cor recebeu algo que parece adequado, apesar da reduzida quantidade, no vermelho são 2 Burning Earth para atrapalhar decks de 3 cores; no azul são 2 Gainsay para atrapalhar e surpreender; no branco são 2 Rotborn Defenses, impedindo que sejamos varridos com uma bela mesa montada: e, no preto são 2 Chicote de Erebos para ajudar em corridas.

Outras fontes

Garruk é tão forte que essas inspirações são apenas o começo de algo extremamente prolífico que é o pensar em decks ao seu redor.

Qualquer deck com 20 criaturas terá por seis manas mais de 2 cartas e um planeswalker com 5 marcadores, parece justo, caso você desvire com ele vivo começa a injustiça.

Mas nem só de Garruk se vive, ainda pretendo experimentar um BR agressivo com topo da curva no Cerbero mítico e o Jund Calígula, com O Orgíaco e Demônio da Profanação.


Abraços!

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. "Hidra Talha-Bruma é a ferramenta definitiva para enterrar magos azuis que insistem em ficar usando truques de donzela." HAHAHAHA

    Ors seu....seu... jogador de verde !

    Ótimo artigo ! Garrukão realmente é mito. Pena que gosta de beijar guepardos e rapazes haha

    Vamos ver como vai ficar o meta, o bacana das rotações é justamente esse ambiente de ideias e testes

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  3. Curti muito o texto.
    Só um adendo, se tu não possibilita de uma ferramente para visualizar os cards, te aconselho a escrever o nome dos cards em inglês e postar alguma nota em seu blog, ou até mesmo no começo do post para os leitores baixarem o aplicativo para chrome e firefox: autocardanywhere. Fica muito melhor para visualizar deck lists na net. :)
    Abração.

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