quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Zumbis no Standard


Zumbis no Standard
 


Por: Tio Hélio



Introdução

O que isso ia ser: uma postagem sobre o T2 “atual” (na verdade, o da semana passada - Delver, Spirits, Wolf Run). O que isso vai ser: uma postagem sobre o deck de zumbis.

Para os interessados em Spirits e Wolf Run, recomendo a semifinal do PT Honolulu – Brian Kibler x Jon Finkel: AQUI

(Tem duas horas, um jogo do PV no meio e a narração tá em inglês – mesmo assim, vale a pena assistir se você tem interesse em um desses decks).

Outras listas interessantes do último SCG open Charlotte:

Heartless Rites: http://bit.ly/yXzpEn

Agora, aos assuntos mais elevados (zumbis).


Deck de zumbis?


No Standard atual, a distância entre o chamado tier 1 e o tier 1.5 é menos gigantesca do que o de costume. Isso significa que, se seu deck for bem montado, ele tem chance razoável de ganhar dos “top decks” do formato (mais do que os tradicionais 10%)

Pra que serve essa informação? O Standard anda meio instável – até mesmo lá fora. Embora o Lingering Spirits (o deck do Finkel) esteja em atrito constante com Wolf Run, em alguns torneios outros decks chegam lá “correndo por fora”  – como aconteceu no Charlotte Open – final entre Mono Red e UB Zumbis.

Acho que vale mais entender os arquétipos e monta/modificar os decks. Não são bons tempos para simplesmente copiar decks da internet , como no T2 Caw Blade/Valakut. Ao invés de simplesmente colar as listas de zumbi aqui, vamos explicar algumas coisas do arquétipo.

Além do óbvio (Pântanos, Diregraf Ghoul, Gravecrawler e Geralf’s Messenger), temos no sideboard 4x Corrosive Gale.

Corrosive Gale é a verdadeira razão para este post estar sendo escrito. Seu deck tem problemas contra fichas de espírito? 4 Corrosive Gale no side. La pros idos do late game dá para usar gale, deixar mana aberta para pagar mana leak (que é um dos poucos counters usados pela turma do deck de espíritos) e levar embora os espíritos com hexproof.

Passado esse estágio inicial, é necessário decidir algumas coisas do deck.


Skirsdag High Priest


A primeira questão é usar high priest ou não. Eu gosto bastante da teoria do Jasper Johnson-Epstein. Resumidamente, Skirsdag High Priest é a boa. 



(Vídeo Deck Tech + lista: http://bit.ly/yewcr5 )
 
Como você tem zumbis que morrem e desmorrem, sempre tem alguém para morrer e ativar o morbid (e le dicionário do Word conhece a palavra “desmorrer”. Porque não traduziram Undying assim?). Se alguns zumbis não entrassem em jogo virados, o High Priest seria forte demais. Mesmo assim, a estratégia é funcional. É só fazer um zumbi morrer, ter outros dois na mesa desvirados e usar a habilidade do High Priest... Ok. Soa pouco funcional.

O tempo passou (uma semana) e veio o SCG Charlotte. Nele, veio a lista do UB Zombies para resolver esse e outros problemas (Corrosive Gale x voadores, como dito anteriormente): http://bit.ly/yBiIKv . Ao invés de viver de “combos”, vive-se de sinergias.
 
Mortarpod + Diregraf Captain + Gravecrawler = Sacrifica Gravecawler, oponente perde um de vida e leva um de dano. Joga Gravecrawler do cemitério e ativa a habilidade do Skirsdag High Priest.

Diregraf Captain + Geralf’s Messenger + Diregraf Captain = 4 de dano no oponente.

Fume Spitter + 2 quaisquer bichos desvirados + Skirsdag High Priest = Ficha de demônio 5/5.

Fume Spitter/Hex Parasite  + Geralf’s Messenger = Tira marcador +1/+1 do Mesenger para ter direito a um segundo Undying.

Liliana of The Veil: A segunda habilidade dela é boa para ativar Morbid.

Boa parte dessas coisas é possível no Mono Black, deixando o azul com cara de “win more”, com suas Phantasmal Images e Diregraf Captain no main deck. A coisa toda muda quando a gente olha para o sideboard.
 
*Obs: No lugar daquela Steel Sabotage precisa ter Corrosive Gale. Só pra lembrar que sabotage existe, caso você queira usar no seu deck contra espadas, metalcraft, Tezzeret decks, Shrines, etc. O segundo lugar do star city games, que perdeu para um mono red, não usava sabotage.

Vapor Snag custa 1 e causa um de dano num jogador, além disso devolve o Mirran Crusader alvo para a mão de seu dono. Porcelain Legionnaire bloqueia o Mirran Crusader alvo. 

Surgical Exctraction remove ameaças pontuais que passeiam no cemitério, como Chandra’s Phoenix, Snapcaster Mage, Lingering Souls e cia

Eu acho 7 slots contra Mirran Crusader muito... Talvez ir com 4 Gale, 4 Extraction, 3 Sabotage e 4 Vapor Snag seja o suficiente para não levar muito susto em boa parte dos metagames.

Mono Black

No monoblack, esbarramos no Phyrexian Obliterator (main deck ou sideboard). Estrategicamente, é um deck mais simples: “eu desço minhas criaturas, você morre”. 

No Pro Tour, Skirsdrag High Priest estava presente – ou melhor, era quase a alma do deck. Isso quer dizer que o deck UB do Open Charlotte que ficou em segundo é mais próximo da lista do pro tour (http://bit.ly/yewcr5) do que o mono black que ficou em 15º no mesmo open (http://bit.ly/xxHbdT ).

Esse último é bem menos “zombies” do que os outros dois. Ele tem o estilo mono black (6 descartes e 8 remoções, contando a Liliana nas duas categorias), mais de 16 criaturas, etc.

No fim do dia, a questão acaba sendo: quem é mais legal, High Priest (UB Zombies), Oblietator (MB Open) ou os dois (MB do Pro Tour DKA)? 


Embora seja possível usar Porcelain Legionnaire e Corrosive Gale em qualquer deck (“tipo”; do mundo), eu prefiro a versão UB porque tem sideboard mais variado (contra artefatos, por exemplo). Além disso Vapor Snag + Phantasmal Image é uma maneira rápida de responder a um punhado de coisas. A lista fica mais versátil.

Além disso, dá para usar Obliterator em qualquer lista, porque o UB não usa nenhuma ilha. A diferença mesmo é não usar Lashwrithe, que fica meio perdido no tempo e no espaço num deck com 8 não-pântanos.


BR Zombies


Muita gente queria (e ainda quer) usar vermelho para jogar dano no oponente, destruir artefatos, etc. Não vou carimbar a ideia como ruim, mas contra ela, pesam os seguintes pontos.

- Hoje em dia, os espíritos podem ficar maiores do que slagstorm, que precisa de duas manas vermelhas para funcionar (usar montanhas pode atrapalhar o plano dos zumbis). É preferível ter Corrosive Gale (que entra em qualquer deck) e hipoteticamente pode causar 4 de dano em todos os espíritos/coisas que voam – sem causar dano nos zumbis.

- Diregraf Captain causa perda de vida no oponente, já que seus zumbis ficam indo e voltando. Assim, ele já é um burn melhor (perda de vida>dano), embora seja pior (não dá pra simplesmente jogar 3 de dano no oponente). Mesmo assim, ele diminui a necessidade de splash para burn.

Com azul, ganhamos Vapor Snag, Steel Sabotage, Diregraf Captain e Phantasmal Image, tudo isso sem precisar usar terrenos que não adicionam manas pretas. Por isso, em minha opinião, por enquanto o vermelho está fora.


Conclusão


Os deck de zumbis propriamente dito é o UB. Os outros decks são mono black e usam os zumbis porque eles são extremamente bons sozinhos, sendo uma base de criaturas boa com uma curva OK. Mesmo no UB, Skirsdrag High Priest rouba a cena uma vez ou outra fazendo demônios voadores 5/5.

Lembrando: no bloco de ISD existe um subtema tribal. Os zumbis nesses decks são um subtema – é um deck com componente tribal, mas não chega a ser como um deck tribal de goblins, elfos, tritões ou como os vampiros do T2 passado. Assim sendo, quando estiver montando seu deck de zumbis, não se preocupe se o deck aos poucos for deixando de ser tribal. Acontece no standard e o deck funciona mesmo assim.

A mensagem da semana: em quase todo top 8 de standard aparece um deck não delver, não wolf run (ex.: Birthing Pod no pro tour DKA). Se você odeia jogar de Delver e odeia jogar de Wolf Run, ainda há esperança...